sábado, 21 de abril de 2012

AZULÃO É ENTREVISTADO PELO PESSOAL DA UERJ

Depois de alguns dias de agendamento, aconteceu neste sábado o encontro entre o AZULÃO e o pesquisador da UERJ Raphael Magnus S. Ortiz, da Faculdade de Serviço Social,  que esta trabalhando na tese de mestrado em tema relacionado aos Trabalhadores Ambulantes dos Trens, "NO BALANÇO DO TREM: PERFIL DOS TRABALHADORES AMBULANTES DOS TRENS DO RAMAL SANTA CRUZ.
À exemplo do Antropólogo Lenin Pires, o pesquisador quis saber detalhes da vida do Azulão, principalmente de onde originou o apelido e sua atividade anterior ao trem.
O Azulão nem sempre foi Azulão. O apelido surgiu em l989, quando ao tentar entrar num trem, na estação de Brás de Pina, percebeu que tinha mais de 10 concorrentes com a mesma mercadoria e marcas diferentes, foi então que teve a ídéia de lançar a marca Azulão. Era um picolé de fundo de quintal, sabor diferenciado, feito por uma ex-funcionária da Kibon. Não tinha concorrência, só dava picolé Azulão.
Com o fim da fabricação, acabou o picolé e ficou a marca, hoje conhecida em vários lugares, devido as inumeras entrevistas para jornais e estudantes Universitários, em especial  o Antropólogo Dr. Lenin Pires,
que transformou a luta dos Trabalhadores Ambulantes e os usos e costumes dos trens, em tese de mestrado do Curso de Antropólogia da UFF e também em livro, lançado recentemente, com o título: ESCULHAMBA MAIS NÃO ESCULACHA. Resultado de 2 anos de pesquisas e várias idas e vindas nos trens, participando, inclusive de nossos eventos.
Durante a entrevista, falamos das lutas dos Ambulantes pela legalização e de como começou nossa batalha, em 1992, após um acidente ferroviário na Penha, ramal Gramacho, onde o trabalho dos Ambulantes para ajudar aos bombeiros foi marcante, visto que o Azulão estava na composição e foi a primeira voz conhecida dos passageiros na hora da tragédia que matou 6 passageiros no local e 2 no hospital.
Foi quando a Supervia assumiu que surgiu a oportunidade de avançarmos, pois até então, nossa luta era só nos ramais. Em l998, apareceu no Ramal Santa Cruz a ATIERJ, que não foi em frente, depois o Movimento dos Ambulantes dos Trens, MAT, que virou AMAT. Em 2000 fundamos o Sindatrem - SINDICATO DOS AMBULANTES DOS TRENS, apoiado pela CUT/RJ, que foi rejeitado pelo Ministério do Trabalho, sob a alegação que não era profissão regulamentada. Em 2005, fundamos a ASTRATERJ, que conseguiu vários avanços em favor da categoria.
Quero agradecer a todos os estudantes Universitários que sempre tiveram interesse e falar da realidade do sistema ferroviário do Rio de Janeiro, sobretudo da situação dos menos favorecidos da nossa sociedade.

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